Um ato de coragem
Tem que renovar os votos. Por mais que a gente goste de algo, esse ditador que mora dentro da cabeça de cada um vai desligando os sistemas da surpresa do olhar, das delícias dos cheiros, dos encantos, dos sabores e torna o que até ontem era sensacional em algo banal, simples e cotidiano, que mal merece atenção. Não que eu ache que é preciso ficar montando e desmontando relações permanentemente para satisfazer a ganância dos sentidos. Para mim, a sabedoria é curtir, não a superficialidade de um primeiro olhar, mas o acompanhar das pequenas mudanças, que fatalmente acontecem em plantas e pessoas. Achei muito filosófico, digamos assim, quando o Edu na matéria de capa desta edição fala que muitas vezes é preciso reformar o jardim, porque as raízes se entrelaçam demais e…